1 – Explique a metodologia maiêutica criada por Socrates.
Através do diálogo promovido por Sócrates, a pessoa podia formular
suas ideias e pensamentos.
A Maiêutica Socrática tem como significado "Dar a luz
(Parto)" intelectual, da procura da verdade no
interior do Homem.
Sócrates
conduzia este parto em dois momentos: No primeiro, ele levava os seus
discípulos ou interlocutores a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito
de um determinado assunto; no segundo, Sócrates os levava a conceber, de si
mesmos, uma nova idéia, uma nova opinião sobre o assunto em questão. Por meio
de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica
dá à luz idéias complexas. A maiêutica baseia-se na idéia de que o conhecimento
é latente na mente de todo ser humano, podendo ser encontrado pelas respostas a
perguntas propostas de forma perspicaz.
2 – O que é a metodologia empirista?
Entende-se por empírico aquilo que pode ter sua veracidade ou falsidade
verificada por meio dos resultados de experiências e observações. Teorias não
bastam, somente através da experiência, de fatos ocorridos observados, um conhecimento é considerado pelo empirista.
A percepção do Mundo externo e a abstração da realidade realizada na mente
humana são o que faz o homem adquirir sabedoria, segundo o empirismo. Embora
tenha se baseado no cartesianismo de René Descartes, ao contrário deste, Locke
não aceita a existência de idéias inatas resultantes da capacidade de pensar da
razão.
3 – Explique o que é a metodologia hermenêutica e sua importância para
a bíblia.
Hermenêutica é um ramo da filosofia e
estuda a teoria da interpretação, que pode referir-se tanto à arte da
interpretação, ou a teoria e treino de interpretação. A hermenêutica
tradicional - que inclui hermenêutica Bíblica - se refere ao estudo da
interpretação de textos escritos, especialmente nas áreas de literatura,
religião e direito. A hermenêutica moderna, ou contemporânea, engloba não
somente textos escritos, mas também tudo que há no processo interpretativo.
Isso inclui formas verbais e não-verbais de comunicação, assim como aspectos
que afetam a comunicação, como preposições, pressupostos, o significado e a
filosofia da linguagem, e a semiótica. A hermenêutica filosófica refere-se
principalmente à teoria do conhecimento de Hans-Georg Gadamer como desenvolvida
em sua obra "Verdade e Método" (Wahrheit und Methode), e algumas
vezes a Paul Ricoeur. Consistência hermenêutica refere-se à análise de textos
para explicação coerente. Uma hermenêutica (singular) refere-se a um método ou
vertente de interpretação.
Cada vez que abrimos a Bíblia e a lemos procurando entender a mensagem de
Deus para anunciá-la em nossa pregação, nos engajamos em um processo de
interpretação, de maneira consciente ou não. Como Palavra de Deus, a Bíblia
deve ser lida como nenhum outro livro, já que ela é única. Não há outra Palavra
de Deus. No entanto, como ela foi escrita por seres humanos, deve ser
interpretada como qualquer outro livro. Nesse sentido, a Bíblia se sujeita a
regras gerais da hermenêutica e da interpretação, que fazem parte daquilo que é
lógico e tem sentido dentro da nossa realidade. Ou seja, quando nós refletimos
no fato de que a Bíblia é um texto ― sujeita a regras gerais de interpretação
―, temos um texto que está distante de nós por causa da sua idade, das línguas
originais, do diferente contexto cultural. Tudo isso faz com que a leitura da
Bíblia requeira um esforço consciente de interpretação. É diferente, por
exemplo, de você pegar a Revista Veja ou Estadão e ler.
Quando você se aproxima da Bíblia, está se aproximando de um texto antiquíssimo
que foi produzido em outro contexto e em línguas, que não são faladas
atualmente. Além disso, foi escrito para responder a perguntas que nem sempre
são as mesmas perguntas de hoje. Daí a necessidade de interpretação de todo um
processo consciente de hermenêutica. Dessa forma, desejo falar desse fenômeno que nós chamamos de distanciamento, a partir de duas perspectivas. Primeiro, a Bíblia como um texto, como um livro, não caiu pronta do céu — embora se pensasse assim em determinada época. Ela foi escrita por pessoas diferentes, em épocas diferentes, línguas e lugares distintos. Por isso, é um texto distante de nós. Aqui é que entra o que os teóricos da hermenêutica chamam de distanciamento. No caso da Bíblia, esse distanciamento aparece em algumas áreas.
O primeiro distanciamento é o temporal. A Bíblia está distante de nós há muitos séculos. Seguindo a postura do cânon tradicional, o último livro foi escrito por volta do final do século I da Era Cristã. Para os liberais, o último livro teria sido escrito no século II, mas normalmente a data que se atribui é a do final do século I ― o que, portanto, nos separa temporalmente da Bíblia cerca de 2 milênios. Assim, não devemos pensar que um livro de 2000 anos pode ser lido como quem lê a Revista Época, em que a última edição saiu no sábado passado. Há esse fenômeno do distanciamento temporal, que precisa ser levado em consideração.
Em segundo lugar, há um distanciamento contextual. Os livros da Bíblia foram escritos para atender a determinadas situações. Várias delas já se perderam no passado. Por exemplo, o uso do véu não é um problema nosso aqui no Brasil. O ataque do próprio gnosticismo nas igrejas da Ásia Menor, o contexto de invasão do profeta Habacuque, o propósito de Marcos, a antipatia dos judeus para com os ninivitas na época de Jonas, todas essas situações distintas produziram a literatura que depois se tornou canonizada, e que nós chamamos de Escritura. Várias dessas situações nos são estranhas, não existem hoje. Dessa forma, além de ser um livro que foi escrito há 2000 anos, foi um livro escrito para atender a determinados problemas que não são os mesmos enfrentados hoje.
Em terceiro lugar, há o distanciamento cultural. O mundo que os escritores da Bíblia viveram não existe mais. Ele está em um passado distante, com suas características, sua cosmovisão, seus costumes, tradições e crenças. Nós vivemos hoje em um Brasil de tradição ocidental, influência europeia, americana e uma série de outras influências de um mundo completamente estranho àquele em que viveram os autores do Antigo Testamento e do Novo Testamento.
Em quarto lugar, temos o distanciamento linguístico. As línguas em que a Bíblia foi escrita também não mais existem. Já não se fala mais o hebraico bíblico, o grego koiné ― mesmo nos países onde a Bíblia foi escrita. Então, essas línguas já não são mais faladas ou conhecidas, a não ser através de estudo.
Em quinto lugar, nós temos o distanciamento autorial. Nós devemos ainda reconhecer que teríamos uma compreensão mais exata da mensagem se os autores da Bíblia estivessem vivos. Eu, por exemplo, gostaria de pegar o celular e ligar para Pedro e perguntar para ele o que ele quis dizer quando afirma que Jesus foi pregar aos espíritos em prisão, ou ligar para Paulo e perguntar o que ele quis dizer quando ele fala dos que se batizam pelos mortos, ou ainda o que Mateus quis dizer quando registrou a frase em que Jesus afirma que não cessariam de percorrer todas as cidades de Israel antes que viesse o Filho do homem. Eu gostaria de pegar o celular ou mandar um e-mail para os autores da Bíblia e tirar algumas dúvidas. Isso não é possível a não ser que você seja espírita e faça uma sessão de invocação de mortos.
Portanto, esse distanciamento faz com que os pregadores, antes de qualquer coisa, sejam hermeneutas. Eles têm que ser intérpretes. Eles têm que estar conscientes de que estão transmitindo o sentido de um texto antiquíssimo e distante de nós em uma realidade completamente diferente. É nesse ambiente que nós afirmamos que interpretar é tentar transpor o distanciamento em suas várias formas de chegar ao sentido original do texto ― à intenção do autor ― com o objetivo de transmitir o significado para os dias de hoje. É aqui que reside a tarefa hermenêutica.
4 – Apresente a principal ideia de Descartes.
O método cartesiano consiste no Ceticismo Metodológico - que nada tem a ver
com a atitude cética:
duvida-se de cada ideia que não seja clara e distinta. Ao contrário dos gregos
antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente
porque precisam existir, ou porque assim deve ser etc., Descartes
instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado,
sendo o ato de duvidar indubitável. Baseado nisso, Descartes busca provar a
existência do próprio eu (que duvida, portanto, é sujeito de algo - ego cogito ergo sum- eu que penso, logo
existo) e de Deus.
Também
consiste o método de quatro regras básicas:
- verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada;
- analisar, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas unidades mais simples e estudar essas coisas mais simples;
- sintetizar, ou seja, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro;
- enumerar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento.
5 – Interprete as cinco vias de Tomas de Aquino.
om o uso
da razão é possível demonstrar a existência de Deus, para isto propõe as 5
vias de demonstração:
Primeira
via
Primeiro motor imóvel: tudo o
que se move é movido por alguém, é impossível uma cadeia infinita de motores
provocando o movimento dos movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao
movimento presente, logo há que ter um primeiro motor que deu início ao
movimento existente e que por ninguém foi movido.
Segunda
via
Causa primeira: decorre da
relação "causa-e-efeito" que se observa nas coisas criadas. É
necessário que haja uma causa primeira que por ninguém tenha sido causada, pois
a todo efeito é atribuída uma causa, do contrário não haveria nenhum efeito
pois cada causa pediria uma outra numa sequência infinita.
Terceira
via
Ser necessário: existem
seres que podem ser ou não ser (contingentes), mas nem todos os seres podem ser
desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que
fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência
fundada em nenhum outro ser.
Quarta
via
Ser perfeito: verifica-se que há
graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer
graduação pressupõe um parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha
este padrão máximo de perfeição e que é a causa da perfeição dos demais
seres.
Quinta
via
Inteligência
ordenadora: existe uma ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda
ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser
inteligente que dispôs o universo na forma ordenada.
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