terça-feira, 9 de novembro de 2010

TESTE DE SOCIOLOGIA DO CEIVA - MUDANÇA SOCIAL E RELIGIAO


NOÇÃO DE MUDANÇA SOCIAL:
O sistema cultural não é um sistema fechado, antes vai crescendo e transformando-se com o contributo intelectual e artístico dos homens e mulheres de cada tempo e lugar. Sendo um fenómeno participado, que concretiza a forma de expressão e de realização de um grupo, cada geração irá dar-lhe o seu contributo ao encontrar novas formas e idealizar outros valores, ao inventar outras formas de relacionamento e ao criar novas tecnologias.
A cultura transmitida a cada geração nunca é a cultura que a geração presente herdou mas a que já produziu.
• Mudança Social: Toda a transformação observável no tempo, que afecta, de modo não provisório ou efémero, a estrutura ou o funcionamento da organização social de uma dada colectividade e modifica o curso da sua história.
É a «transformação dos valores, ideais e formas de relacionamento resultantes, nomeadamente, de processos de modernização que questionam o antigo e do relacionamento mais forte entre os povos dos diferentes espaços nacionais, em virtude dos processos progressivos de interdependência a nível mundial».

- Podemos classificar as atitudes individuais e sociais que podem favorecer ou não a mudança social. São quatro tipos:
a) Atitude conservadora – é aquela que se mostra contraria ou temerosa em relação as mudanças. Nela se enquadram o tradicionalismo e o reacionarismo. No tradicionalismo, a tradição, pelo seu prestigio, pelo respeito suscitado entre as gerações mais jovens, impõe-se como um dos grandes obstáculos a todo e qualquer inovação na vida social.
b) Atitude reacionária – equivale ao conservadorismo exagerado. Opõe-se, não raro pela violência, a qualquer tipo de mudanças das instituições sociais.
c) Atitude reformista ou progressista = é a que vê com agrado a mudança moderada. É o desejo de mudança gradativa dos modos de vida existentes e das instituições.
d) Atitude revolucionária = é a que defende transformações profundas e imediatas, até com o emprego de métodos violentos, no sentido de mudar o status quo.
- Diferença entre Reforma e Revolução:
a- Reforma = as mudanças gradativas, que procuram melhorar as instituições sem destrui-las, sem romper com os costumes, são chamadas reformas.
b- Revolução = a mudança social profunda e violenta, que destrói ou procura destruir a ordem social existente, substituindo-a por outra contraria, chama-se revolução.
- Causas da mudança social: a mudança social se estabelece de duas formas:
a) por forças endógenas ou internas = por mudanças originadas dentro da própria sociedade – que são as invenções.
b) por forças exógenas ou externas = quando são provenientes de outras sociedades – que é a difusão cultural.
- Obstáculos = são barreiras oriundas da própria estrutura social e que dificulta ou impedem a mudança social.
- Resistências = são atuações conscientes e deliberadas para impedir a mudança social.

RELIGIÃO
1 - Sincretismo religioso = são inúmeras as definições que se dá ao termo sincretismo. No âmbito religioso pode ser definido como a fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, com reinterpretação de seus elementos, formando quase que uma nova religião, embora se enquadre dentro de uma religião ou seita já existente.

Durante o processo de colonização do Brasil, notamos que a utilização dos africanos como mão de obra escrava estabeleceu um amplo leque de novidades em nosso cenário religioso. Ao chegarem aqui, os escravos de várias regiões da África traziam consigo várias crenças que se modificaram no espaço colonial. De forma geral, o contato entre nações africanas diferentes empreendeu a troca e a difusão de um grande número de divindades.

Mediante essa situação, a Igreja Católica se colocava em um delicado dilema ao representar a religião oficial do espaço colonial. Em algumas situações, os clérigos tentavam reprimir as manifestações religiosas dos escravos e lhes impor o paradigma cristão. Em outras situações, preferiam fazer vista grossa aos cantos, batuques, danças e rezas ocorridas nas senzalas. Diversas vezes, os negros organizavam propositalmente suas manifestações em dias santos ou durante outras festividades católicas.

Aparentemente, a participação dos negros nas manifestações de origem católica poderia representar a conversão religiosa dessas populações e a perda de sua identidade. Contudo, muitos escravos, mesmo se reconhecendo como cristãos, não abandonaram a fé nos orixás, voduns e inquices oriundos de sua terra natal. Ao longo do tempo, a coexistência das crendices abriu campo para que novas experiências religiosas – dotadas de elementos africanos, cristãos e indígenas – fossem estruturadas no Brasil.

É a partir dessa situação que podemos compreender porque vários santos católicos equivalem a determinadas divindades de origem africana.

- Objetos simbolicos sagrados

A religião não sacraliza apenas o espaço e o tempo, mas também seres e objetos do
mundo, que se tornam símbolos de algum fato religioso.
Os seres e objetos simbólicos são retirados de seu lugar costumeiro, assumindo um
sentido novo para toda a comunidade – protetor, perseguidor, benfeitor, ameaçador.
Sobre esse ser ou objeto recai a noção de tabu (palavra polinésia que significa
intocável): é um interdito, ou seja, não pode ser tocado nem manipulado por ninguém
que não esteja religiosamente autorizado para isso.
É assim, por exemplo, que certos animais se tornam sagrados ou tabus, como a vaca na
Índia, o cordeiro perfeito consagrado para o sacrifício da páscoa judaica, o tucano para a nação tucana, do Brasil. É assim, por exemplo, que certos objetos se tornam sagrados ou tabus, como o pão e o vinho consagrados pelo padre cristão, durante o ritual da missa.
Também objetos se tornam símbolos sagrados intocáveis, como os pergaminhos judaicos contendo os textos sagrados antigos, certas pedras usadas pelos chefes religiosos africanos, etc.
A figuração do sagrado se faz por emblemas: assim, por exemplo, o emblema da deusa
Fortuna era uma roda, uma vela enfunada e uma cornucópia; o da deusa Atena, o capacete e a espada; o de Hermes, a serpente e as botas aladas; o de Oxossi, as sete
flechas espalhadas pelo corpo; o de Iemanjá, o vestido branco, as águas do mar e os
cabelos ao vento; o de Jesus, a cruz, a coroa de espinhos, o corpo glorioso em ascensão.
- vida e morte nas religioes:
Nas religiões do encantamento, como a grega, as africanas e as indígenas, a morte é
concebida de diversas maneiras, mas em todas elas o morto fica encantado, isto é, tornase algo mágico. Numa delas, o morto deixa seu corpo para entrar num outro e
permanecer no mundo, sob formas variadas; ou deixa seu corpo e seu espírito
permanecer no mundo, agitando os ventos, as águas, o fogo, ensinando canto aos
pássaros, protegendo as crianças, ensinando os mais velhos, escondendo e achando
coisas. Na outra, o morto tem sua imagem ou seu espírito levado ao mundo divino, ali
desfrutando das delícias de uma vida perenemente perfeita e bela; se, porém, suas faltas terrenas forem tantas e tais que não pôde ser perdoado, sua imagem ou espírito vagará eternamente pelas trevas, sem repouso e sem descanso. O mesmo lhe acontecerá se os rituais fúnebres não puderem ser realizados ou se tiverem sido realizados com falhas.
Esse perambular pelas trevas não existe nas religiões de reencarnação, porque, em lugar dessa punição, o espírito deverá ter tantas vidas e sob tantas formas quantas necessárias à sua purificação, até que possa participar da felicidade perene.
Nas religiões da salvação, como é o caso do judaísmo, do cristianismo e do islamismo,
a felicidade perene não é apenas individual, mas também coletiva. São religiões em que a divindade promete perdoar a falta originária, enviando um salvador, que, sacrificandose pelos humanos, garante-lhes a imortalidade e a reconciliação com Deus.
Como a falta ou queda originária atingiu a todos os humanos, o perdão divino e a
redenção decorrem de uma decisão divina, que deverá atingir a todos os humanos, se
acreditarem e respeitarem a lei divina escrita nos textos sagrados e se guardarem a
esperança na promessa de salvação que lhes foi feita por Deus. Nesse tipo de
religião, a obra de salvação é realizada por um enviado de Deus – messias, em hebraico; cristo, em grego. As religiões da salvação são messiânicas e coletivas. Um povo – povo de Deus – será salvo pela lei e pelo enviado divino.

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